Tudo aconteceu em Fevereiro de 2015, quando fiz o meu curso de formação com a Escola Babyoga Portugal.

Foi-nos pedido fazer um YPC (Yoga Para Casa) e, entre algumas questões para em presença responder, foi proposto preparar, estudar e praticar uma mini-sequência para uma aula com a seguinte situação:

“És convidado para dar uma aula aberta numa escola de 1º ciclo para uma turma de 18 crianças com idades entre os 6 e os 7 anos. Dispões de apenas 15 minutos de aula. Estrutura uma aula tendo apenas estas indicações.”

E pronto, com estas informações e de manual na mão comecei a ler e a estudar o mesmo conforme as indicações do YPC. Lembro-me como se fosse hoje! Dediquei-me mesmo a fazer o YPC e estava a adorar todo o processo!

Fiz um trabalho bem estruturado, com uns bonecos para animar e para me ajudar na atividade que estive a planear com todo o estudo, dedicação e amor.

No fim de semana seguinte chegou mais um dia da formação e, num misto de vontade de experimentar e de querer ficar quietinha, chegou a altura de mostrar o que tinha preparado.

Peguei no meu planeamento enquanto os meus colegas na formação se preparavam para fazerem o papel de “alunos”.

Dei início à aula de papel na mão (para me sentir mais segura) e, de repente… “Onde é que está o papel?”

Ouvi do outro lado da sala:

– “Professora, estes desenhos são bué fixes”

… depois ouvia:

– “Oh professora… quero ir fazer xixi.”

…e ainda:

– “Mas professora…não me apetece fazer yoga”

Ups, e agora?

Tinha todo o planeamento de aula mas perdi toda a minha concentração e foco, e consequentemente, perdi a atenção dos “alunos”.

Fiz o planeamento perfeito da aula e, no momento, não consegui implementar nem metade. Insistia em seguir a minha aula, em me restringir ao meu planeamento mas nada fluía…

O que fiz depois? Diverti-me, desmanchei-me a rir… e aprendi a lição (e que grande lição esta)!

Na verdade, é bom definir e planear as aulas, mas o grande segredo consiste em estar de coração e alma nas aulas.

Porquê?

Porque o importante são as crianças e a energia que elas transportam.

Porque o importante é atender e alcançar a energia das crianças e indo ao encontro dessa energia, fazer com que a energia delas se cruze com a nossa.

Porque mais do que planear e delinear estratégias é seguir o instinto e estar no momento presente a fazer o melhor que sabemos, com o que temos dentro de nós.

Porque quando aumentamos o nosso nível de energia para poder acompanhar as crianças desfrutamos com elas ao máximo, sem estar demasiado presos a planeamentos de aula.

Porque nos divertimos se deixarmos fluir!

O mais importante é também ter consciência que é natural isto acontecer. E isso é bom, pois cabe a cada um de nós, enquanto professores de yoga para bebés e crianças, fazer o melhor que sabemos e dar o melhor de nós, levando a nossa intenção bem clara para as aulas, como reforça tão bem a Sandra Matos!

Grata a ti que me lês!

Fátima Mendes

Professora Babyoga e Playoga da Escola Babyoga Portugal

“Desde cedo descobri que a criança que vive em mim tem que ser alimentada de alegria música dança movimento e tudo o que isso implica. Trabalhar no mundo Babyoga faz-me sentir que estou no caminho e faz-me sentir viva.

Estou aqui para cuidar de ti e de todas as crianças que cruzam o meu caminho, incluindo aquelas que se escondem dentro dos adultos. Mulher, mãe, sou agora ainda mais eu, com muito mais para entregar nesta atividade que preenche verdadeiramente o corpo, a mente, o coração e a alma.

Estou aqui para cuidar de ti. Bem haja.”

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