“As crianças que mais precisam de amor vão mostrá-lo da forma menos amorosa”.
Esta frase, de Russell Barkley, reflete uma das minhas grandes aprendizagens ao longo de 8 anos enquanto mãe e enquanto professora de yoga infantil.
As crianças, sobretudo as mais novas, estão a aprender a gerir e a exprimir por palavras as suas emoções. Por isso, quando têm algo forte para “pôr cá fora” acabam por fazê-lo de forma muito pouco amorosa, expressando-se mais através da agressividade ou do desafio para com o adulto.
Acredito que a nossa missão enquanto pais, avós, tios, professores, educadores, etc., é perceber como as podemos ajudar e, para isso, creio ser fundamental aprofundarmos a conexão que temos com a criança.
A nível pessoal, compreender e aceitar sem julgamentos a personalidade da minha filha mais velha, que é bastante diferente da minha, tem sido um dos meus maiores desafios. Sempre que o comportamento dela se começa a tornar mais agressivo ou desafiante para comigo, paro e analiso também o meu comportamento: “Tenho-lhe dado atenção suficiente? Como está a nossa relação? Como está a nossa conexão?”. Este momento permite-me perceber que, sempre que me afasto um pouco mais, ela ressente-se e mostra-o de forma menos amorosa, agindo com agressividade e desafiando-me.
O que fazer nestas alturas? O que fazer quando alguém está zangado ou irritado connosco? A última coisa que nos apetece é abraçar, dar beijinhos ou ser carinhoso. No entanto, quando vejo a minha filha numa situação dessas, sei que é atenção, amor e carinho aquilo que ela mais precisa. E acredito mesmo que o amor é a resposta. Uma crença que se tem tornado mais forte com algumas experiências a nível profissional. Quando uma criança tem um comportamento muito desafiante em aula, em vez de a colocar de castigo ou de ralhar, escolho dar-lhe atenção, falar com ela, trazê-la para perto de mim, perguntar se quer um abraço, um beijinho, sentá-la no meu colo… Normalmente, a criança acalma e vem participar na aula. Nem sempre é fácil fazê-lo e, tem sido uma aprendizagem ao longo dos anos que também me tem permitido analisar a relação que tenho comigo.
Só quando nos tratamos com amor, atenção e generosidade conseguimos fazer o mesmo com os outros de forma genuína e profunda. Sei que nem sempre é fácil, e que ao longo da vida os desafios vão surgindo mas, para mim, para a minha família e para os meus alunos, vou escolher agir a partir do Amor. E tu?
Inês Mestre
Professora de Babyoga e Playoga da Escola Babyoga Portugal
“Sou mãe de duas meninas, de 8 e 6 anos, e foram elas que me guiaram até ao yoga para bebés e crianças.
Depois de dois anos a viver na Califórnia – onde nasceu a minha filha mais nova – voltei para Portugal uma mulher diferente, em muitas facetas, nomeadamente na de mãe. O meu trabalho anterior já não me preenchia e procurava algo mais profundo e com significado. Completamente maravilhada com a maternidade – as minhas filhas tinham, na altura, 3 e 1 anos – e com um gosto pelo yoga cheguei até à Escola Babyoga Portugal, na qual descobri um mundo que ressoava com aquilo que eu sentia.
Os cursos de Babyoga e Playoga, em 2013, foram uma auto descoberta enorme e abriram a porta para uma mudança que já se desenhava dentro de mim havia algum tempo. Em 2014, deixei o meu trabalho como jornalista da revista CARAS e troquei Lisboa pela minha terra Natal, Silves, no Algarve. Desde essa altura que dou aulas em várias escolas e espaços e é nos sorrisos das crianças e nos momentos cúmplices entre pais e filhos que sei que fiz a escolha certa e que este é o meu caminho.”
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